Entrevista com Fernando Portugal

24-01-2011 10:55

 


 
 

Comentarista do Band Sports, grande nome da seleção brasileira de XV, da seleção brasileira de sevens e do Band. Esse é Fernando Portugal. Saiba mais sobre um dos maiores jogadores da atualidade do rugby brasileiro aqui no "Falando de Rugby"! É mais um dos grandes nomes que defendeu nossa seleção na histórica campanha do Sevens de Punta del Este. Eles nos contou sobre o torneio e muito mais. Absolutamente imperdível!

 

Ficha técnica

Nome: Fernando Portugal

Apelido no rugby:  Portugal

Idade: 29

Nacionalidade: Brasileiro

Clube atual: Bandeirantes R C

Clubes onde atuou: São José R C e Rugby Football Club Segni (Itália)

Seleções que defendeu: Mundial Juvenil no País de Galles em 1999, Sulamericano Juvenil no Rio de Janeiro em 1999, Seleção Adulta de Seven desde o Seven de Entre Rios 1999, seleção Adulta de XV desde o Sulamericano em São Paulo em 2000

Posição: Centro no XV e Pilar no seven

 

1 - Com quantos anos começou a jogar rugby? Quando o rugby passou a ser parte de sua vida?

Comecei a jogar rugby com 15 anos e naquele momento já passou a fazer parte na minha vida, pois logo que comecei, além de gostar dos treinos e jogos, fiz meus melhores amigos. No entanto, o rugby só se tornou uma realidade dentro dos meus planos profissionais, quando decidi ir para a Itália tentar ser jogador profissional.

 

2 - Como se prepara para cada partida?

Além de me dedicar muito aos treinos, que me dá tranqüilidade em saber que serei capaz de cumprir com as minhas responsabilidades dentro de campo, procuro ficar com a mente bem livre e tranqüila, controlando minhas emoções. Não é fácil encontrar o equilíbrio emocional para não ficar muito tenso e nem muito relaxado, mas a essa altura do campeonato já me conheço bem. Se o “friozinho” na barriga fica maior do que deve, tento limpar a mente e não pensar em nada. 

 

3 - Poderia nos contar algo sobre um momento memorável como jogador de rugby?

Em todos esses anos jogando rugby pude viver muitos momentos memoráveis. Fiz grandes partidas pela seleção e pelos clubes onde passei. O engraçado é que nem todos os meus momentos memoráveis são feitos de vitórias. Mas um momento que me vem a mente agora foi a histórica vitória sobre o Paraguai, em Assunção 2008, depois de 19 anos. Esse mesmo jogo comentado pelo Mocho, como “o jogo da vida”. Acho que foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida.

 

4 – Como você avalia o desempenho brasileiro no Punta Sevens 2011? Quais as expectativas para o Sul-Americano?

 Sem dúvida terminamos o torneio em uma posição muito boa. Terceiro lugar em um Pan-Americano, por exemplo, nos traria uma medalha. Mas não podemos deixar que essa colocação nos tire de nosso foco. Foram todos jogos muito duros, que ganhamos, mas que poderíamos ter perdido. Por isso, nossa maior conquista, tanto no torneio de Entre Rios, onde fizemos a final da Copa de Prata, quanto no de Punta Del Este, foi nos encontrarmos como equipe, dentro e fora de campo.

Estamos vivendo um ótimo momento. O grupo está entrosado, todos se respeitam e têm confiança no que podemos fazer. Estamos entendendo e acreditando no plano tático, que o treinador Maurício nos propôs. Ouvir elogios do próprio Jonah Lomu nos deixa ainda mais esperançosos quanto a este sistema.

Hoje nosso objetivo é conseguir colocar em prática tudo aquilo que estamos nos propondo a fazer em campo. Estamos aprendendo a ser competitivos e aprendendo a vencer. É só o começo do trabalho.

 

5 - Qual sua visão sobre o presente e o futuro das seleções brasileiras?

Nos últimos anos nossas seleções evoluíram muito no que diz respeito ao jogo propriamente dito.

Apesar de não termos uma categoria juvenil muito bem desenvolvida na seleção, me impressionou muito o nível de jogo e a compreensão individual que os meninos vêm demonstrando.

 A Seleção feminina tem suas expressivas conquistas na América do Sul, demonstrando uma qualidade técnica muito boa, mas agora tem o grande desafio de crescer na questão física e fazer frente às grandes potências mundiais.

A Seleção Adulta de XV em 2011 disputará pelo terceiro ano consecutivo o campeonato Sul-Americano da Série A e se preparará para esta competição pela primeira vez disputando o Cross Border.

A Seleção de Seven tem um grupo experiente, que já se mantém desde o Sul-Americano de Seven de 2008 em São José e vive o melhor momento de todos os tempos.

Nunca deixei de acreditar no rugby brasileiro, mas hoje, mais do que nunca, acredito que teremos um futuro mais glorioso do que imaginávamos e os resultados das seleções servirão de termômetro.

 

6 – Como tem sido o retorno do público nas transmissões do BandSports? E a receptividade da emissora ao rugby?

Existem dois melhores trabalhos no mundo: o primeiro é ser atleta e o segundo é comentar sobre o atleta na televisão. Por sorte estou fazendo os dois simultaneamente.

Recebo inúmeros emails de amigos dizendo que assistiram as transmissões onde comentei e recebo ainda mais emails e contatos de pessoas do país inteiro falando sobre os jogos que comento. Isso é extraordinário.

A aceitação da BandSports ao rugby foi muito grande, já transmite as etapas do World Sevens Series há alguns anos, cobriu o Campeonato Brasileiro e mantém com boa freqüência matérias sobre rugby em sua programação.

A televisão é o melhor meio para a divulgação do esporte e apoiadores como a BandSports podem fazer a diferença para o sucesso do rugby no país.

 

Fonte: Blog do Rugby