Prévia do RBS Six Nations 2012

29-01-2012 00:11

 

Está chegando a hora do pontapé inicial para o primeiro grande torneio de seleções de 2012! O Six Nations Championship, ou simplesmente Seis Nações, que reúne anualmente as seis maiores seleções da Europa: Inglaterra, País de Gales, Escócia, Irlanda, França e Itália. No dia 4 de fevereiro, terá início a sua 112ª edição.

Em 2011, o título do Seis Nações ficou com a Inglaterra. Em 2012, o favoritismo recai sobre França e Gales, com Irlanda e Inglaterra correndo por fora.

O que esperar do torneio? Descubra com a nossa prévia!

 

O mais antigo do mundo

O Torneio das Seis Nações nasceu como Quatro Nações - ou Home Nations, como era à época chamado. Em 1883, Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda entraram em campo dando início à mais antiga competição internacional do mundo dos esportes ainda em disputa.

Em 1910, as quatro nações britânicas passaram a ter a companhia da França, tornando-se o Torneio das Cinco Nações. Acusada de profissionalismo, a França saiu da competição em 1932, quando o torneio voltou a ser o Home Nations. Vale lembrar que o rugby era amador nessa época - até 1995 - e o profissionalismo era proibido. A França retornou com o fim da 2ª Guerra Mundial, no Cinco Nações de 1947. Foi somente com o profissionalismo que o torneio foi expandido. Em 2000, a Itália passou a integrar o novo Seis Nações.

Além do título de campeão do RBS Six Nations, há dois outros títulos em disputa: o Grand Slam, dado à seleção que vencer todos os seus 5 jogos; e a Tríplice Coroa (Triple Crown), dada à home nation (isto é, Inglaterra, País de Gales, Escócia ou Irlanda) que derrotar todas as demais home nations. Ou seja, França e Itália não disputam a Tríplice Coroa. O último colocado recebe a indesejada Colher-de-Pau (Wooden Spoon).

 

Outros troféus

Além de contarem para o campeonato e para a Tríplice Coroa, algumas partidas do Seis Nações têm um valor a mais: valem taças. É tradição no rugby que duelos entre seleções rivais valham troféus. É o caso do confronto anual entre Inglaterra e Escócia, que vale a Calcutta Cup, taça doada en 1879 pelo Calcutta Football Club, da Índia. Mais recentemente, taças foram criadas para outros duelos: o Centenary Quaich é a taça dada ao vencedor de Irlanda contra Escócia; o Millenium Trophy é dado ao vencedor da partida entre Inglaterra e Irlanda, desde 1988; ao passo que oTroféu Giuseppe Garibaldi é destinado ao vencedor do jogo entre França e Itália.

 

Seis Nações 2012

O melhor parâmetro que se tem sobre a situação atual de cada uma das seleções é a participação delas na Copa do Mundo de 2011, últimos jogos que a maioria delas, à exceção do País de Gales, disputou. Muitos veteranos de peso penduraram as chuteiras, ao menos em suas seleções nacionais, e 2012 deverá ser um ano também de renovação, com novos nomes ganhando destaque. E, como em todo Seis Nações recente, o número de contusões antes da competição é alto, com as intensas disputadas do rugby de clubes tirando importantes valores dos selecionados.

 

Equipes

França

Vice-campeã mundial, a França surpeendeu a todos em 2011. Após uma fraca campanha no Seis Nações, resultados ruins nos amistosos e uma primeira fase de Mundial pífia, sofrendo uma catastrófica derrota para Tonga, a França teve um final de 2011 incrível. Os Bleus fizeram um bom jogo contra a Inglaterra, derrubando pela primeira vez os arquirrivais num mata-mata de Copa do Mundo, aparentando terem voltado à boa forma. Na semifinal, os franceses fizeram uma péssima partida contra Gales, e foi um milagre terem vencido o duelo (graças, em parte, à expulsão de Sam Warburton). Na final, por outro lado, a França fez uma partida majestosa, e por muito pouco não tirou o título dos All Blacks. O diagnóstico para a montanha-russa francesa é simples: a qualidade de seus jogadores era e segue sendo inquestionável. A França vivia um sério problema de comando, com certa desunião no grupo e, sobretudo, era prejudicada pelos persistentes atritos entre os jogadores e o fanfarrão técnico Marc Lièvremont.

Para 2012, o principal reforço dos Bleus será justamente a ausência de Lièvremont, que deixou o comando da equipe, dando lugar ao excelente Philippe Saint-André. O elenco é muito forte, com um scrum consistente, apimentado por uma terceira linha experiente que foi muito bem no Mundial, formada por Dusautoir, Bonnaire e Harinordoquy, e uma linha extremamente habilidosa, que faz jus às tradições francesas. Os dois médios-de-formação (scrum-halfs), Dimitri Yachvili e Morgan Parra, estão entre os melhores jogadores do mundo na posição. No entanto, durante a Copa do Mundo, Lièvremont improvisou Parra como abertura, e a França sofreu muito para conseguir fazer sua linha jogar. Com Saint-André no comando, um dos dois deverá ficar no banco, com Trinh-Duc ou Beauxis ganhando a confiança do técnico como aberturas. E ambos podem obter o sucesso que se espera deles na seleçãom basta terem o apoio necessário para tal. 

Outro problema crônico que Saint-André terá muito trabalho para solucionar é a capacidade defensiva de sua linha, sobretudo no que diz respeito ao posicionamento dos centros e pontas. No Mundial, a peneira existente entre Rougerie e Mermoz comprometeu os Bleus em muitos momentos. A presença de Malzieu e Fofana, parceiros de Rougerie no Clermont, faz parte dos esforços do treinador para resolver os buracos defensivos.

Com Yachvili ou Parra em sintonia com o Trinh-Duc ou Beauxis, e com a linha segura para desenvolver seu melhor trabalho ofensivo, a França se torna uma das grandes favoritas ao título, ao lado do País de Gales. Tanto franceses como galeses e irlandeses terão uma vantagem sobre os atuais campeões europeus, os ingleses. Enquanto a Inglaterra jogará somente 2 partidas em casa, França, Gales e Irlanda disputarão 3 partidas em casa. Os franceses receberão os irlandeses e os arquirrivais ingleses, mas terão a dura missão de enfrentar fora de casa os galeses, naquele que desde já é o jogo mais esperado do torneio. Gales, por outro lado, jogará fora de casa contra a Irlanda e a Inglaterra.

A estreia dos Bleus será em casa diante da Itália, em partida muito perigosa. No ano passado, a Itália derrotou a França, em Roma, causando um das maiores zebras da história do torneio. Em 2012, a França terá a missão de devolver a derrota aos italianos, provar que superou os maus momentos de 2011 e ainda mostrar que sabe lidar com o favoritismo adquirido com o vice-campeonato mundial e, sobretudo, com a brilhante partida que realizou contra os All Blacks na decisão da Copa do Mundo.

 

Inglaterra

A atual campeã do Seis Nações vive um momento de turbulência. Depois do título de 2011, o rugby inglês entrou numa destrutiva crise, tanto institucional, dentro da RFU, como na seleção inglesa, dentro e fora de campo, que culminou na melancólica eliminação para a desacreditada França nas quartas-de-final da Copa do Mundo, após realizar uma fraca primeira fase. A Inglaterra teve seu scrum dominado pela Geórgia, pela Escócia e pela Argentina, tendo vencido os dois últimos jogos por conta do brilhantismo de alguns momentos que seus jogadores conseguiram produzir. Apesar de esse não ser um conceito facilmente aplicável no rugby, a Inglaterra progrediu na Copa do Mundo antes por conta de seus talentos individuais que do grupo formado. Os atritos internos entre jogadores e comissão técnica e, sobretudo, as confusões extra-campo que não deram tranquilidade a Martin Johnson criaram uma situação insustentável no XV da Rosa, que naufragou na Nova Zelândia.

A eliminação do Mundial foi seguida pela saída de Johnson e pelas aposentadorias de Jonny Wilkinson e Lewis Moody, que deverão fazer muita falta ao time inglês. Para o lugar de Martin Johnson, foi apontado Stuart Lancaster, na condição de técnico interino. A RFU não deixou claro se segue atrás de um técnico de peso. Lancaster terá Seis Nações para provar que tem condições de ser o técnico do XV da Rosa, levantando uma seleção que, antes de mais nada, precisa retomar a paz e a confiança. Jogadores de qualidade, a Inglaterra tem. O título de 2011 provou isso, com os ingleses praticando um rugby dinâmico, moderno, com muita força nos forwards e muita velocidade na linha. À exceção dos recorrentes problemas que a Inglaterra vem tendo nas posições de scrum-half e abertura, sobretudo com a ausência de Wilkinson, o time campeão de 2011 se mostrou uma seleção quase completa, e com muito potencial, apresentando jovens jogadores, como Ashton, Foden e Tuilagi, com grande capacidade de decisão.

O elenco convocado por Lancaster está totalmente renovado, com muitas caras novas e promissoras. Tom Wood, terceira linha de apenas 25 anos, do Northampton Saints, será o capitão do time. Brad Barritt e Owen Farrell, dos Saracens, Lee Dickson e Calum Clark, dos Saints, Mike Brown, Chris Robshaw, Joe Marler e Jordan Turner-Hal, dos Harlequins, e Ben Morgan, dos Scarlets (do País de Gales) debutarão com a camisa da Inglaterra, totalizando nove atletas que jamais vestiram a camisa branca. As principais ausências serão os aposentados Wilkinson, Moody e Steve Thompson, e os lesionados Andrew Sheridan e Richard Wigglesworth. Shontayne Hape, Simon Shaw, James Haskell, Mike Tindall, Nick Easter e Mark Cueto ficaram de fora da escalação, ao passo que Thomas Waldrom, Delon Armitage e Matt Banahan foram relegados ao elenco dos Saxons, a seleção reserva.

Com tantas mudanças, muitas dúvidas surgem quanto ao futuro desempenho dos comandados de Lancaster. O prognóstico não é de título. Com França e Gales em alta, a Inglaterra corre por fora na briga pelo campeonato. Condição reforçada pela tabela do Seis Nações, que deu apenas 2 jogos em casa para a Inglaterra (incuindo o confronto contra os galeses), e 3 jogos fora de seus domínios (o mais importante, contra a França).

 

País de Gales

O País de Gales é a sensação do rugby mundial no momento. Os galeses emergiram no Mundial com uma seleção jovem e ousada, de rugby vistosos e dinâmico, forte em todas as posições e capaz de fazer frente à melhores seleções. A renovação no elenco galês foi muito bem feita, e a confiança do técnico Warren Gatland no jovem capitão Sam Warburton se justificou, com o inspirador asa comandando sua seleções às semifinais da Copa do Mundo. Na partida contra a França, Warburton cometeu o maior erro de sua carreira, que se provou um dos momentos determinantes para a eliminação galesa na competição. Fato que, de forma alguma, diminui a brilhante Copa do Mundo de Warburton e de toda a seleção, que se recolocou numa posição de protagonismo no rugby internacional.

Motivada e confiante, a seleção galesa é, desde já, apontada como a grande favorita ao título do Seis Nações, ao lado da França. A equipe não poderá contar mais com Shane Williams, que se aposentou dos Dragões, e com Stephen Jones, preterido por Gatland, mas a quantidade de jovens talentos é animadora. O grande problema do País de Gales será o número assustador de contusões antes do Seis Nações. Gethin Jenkins, Dan Lydiate, Rhys Priestland, Luke Charteris, Alun-Wyn Jones e Lloyd Burns se lesionaram antes so início do certame, e deverão perder parte dos jogos, senão o torneio todo.

A juventude do elenco e as lesões poderão ser o fiel da balança contra Gales. Mas, o potencial da equipe é astronômico. Se Gatland conseguir tirar o máximo de suas jovens promessas e fazê-las evoluir ao longo das partidas, segurar Gales será uma tarefa hercúlea para qualquer candidato ao título. Com muita força no scrum, sobretudo na implacável terceira linha, com Sam Warburton e Toby Faletau, Gales foi capaz de jogar de igual para igual com seleções famosos pela força no pack: África do Sul, Samoa e Irlanda, tendo derrotado essas duas últimos em jogos que o scrumgalês, em especial a terceira linha, foi o fator determinante para o triunfo. Nas formações, o scrum fixo se mostrou uma virtude, mas o lateral poderia ter sido melhor. Já a linha sofreu com alguns problemas na posição de abertura, que poderão persistir, mas foi implacável nos centros e nas pontas.

Em 2012, os galeses terão uma grande vantagem sobre os franceses na briga pelo título, já que farão o confronto direto em casa. Contra a Inglaterra e a Irlanda, os confrontos serão fora de casa, o que poderá impor mais dificuldades aos Dragões, por conta da juventude do elenco. Acima de tudo, o Seis Nações de 2012 servirá para Gales provar a evolução de sua seleção nacional, e a retomada de sua velha posição no cenário internacional.

 

Irlanda

O XV do Trevo correrá por fora na briga pelo título europeu. A Irlanda chegou ao Mundial com péssimos resultados nos amistosos, mas deu a volta por cima com duas memoráveis vitórias sobre Austrália e Itália, ambas obtidas, dentre outras coisas, por conta do fenomenal desempenho de sua terceira linha, com Sean O'Brien e Jamie Heaslip. Mas, na hora que a equipe necessitou mostrar todo o seu poderio, foi derrotada pelo País de Gales nas quartas-de-final, sendo dominada pelo scrum adversário. Em 2011, a Irlanda se mostrou, à semelhança de França e Inglaterra, uma montanha-russa, e necessitará de um jogo consistente em 2012 para voltar à grande forma.

No rugby de clubes, os irlandeses vem mostrando um grande desempenho. Munster, com Ronan O'Gara em fase exuberante, e Leinster, atual campeão europeu, vem dominando a Heineken Cup, e o Ulster, com ótimas revelações, cresce em performance a cada jogo. Na seleção, por outro lado, os jogadores irlandeses são famosos por não conseguirem colocar em campo todo o potencial. Em 2009, eles quebraram o tabu com o título do Seis Nações, coroando a fantástica geração de Munster e Leinster também com a camisa verde. Mas, na Copa do Mundo, o tabu das quartas-de-final não foi quebrado, e a Irlanda entra em 2012 novamente com a necessidade de provar que é capaz de transpor o desempenho de seu rugby doméstico para o selecionado nacional.

Um dos grandes desafios do XV do Trevo será a ausência de Brian O'Driscoll, de fora de todo o certame por conta de uma cirurgia. Com isso, Paul O'Connell assumirá a posição de capitão da equipe. David Wallace, Jerry Flannery, Eoin Griffen e Denis Leamy também ficaram de fora por contusões, e Declan Kidney ainda radicalizou ainda mais a renovação do elenco, deixando mesmo de fora Luke Fitzgerald, Isaac Boss e Tomas O'Leary. Ainda assim, a base da seleção segue sendo a equipe que destronou os Wallabies no Mundial.

Forte nas formações e impecável nos chutes, a Irlanda precisará se encher de confiança e entrosar seus jogadores para voar alto no Seis Nações. Em 2011, a falta de sintonia entre as unidades provocou maus momentos para os irlandeses. Em 2012, Kidney tem por obrigação colocar todo o time na mesma sintonia, ciente de sua capacidade e taticamente consciente dos melhores caminhos para superar os oponentes. A estreia em casa contra Gales será determinante para o andamento da campanha, enquanto o duelo fora de casa na segunda rodada contra a França apresenta-se como o grande desafio dos Homens de Verde. Será o início da campanha que determinará a sorte da Irlanda.

 

Escócia

Promissora antes do Mundial, porém decepcionante durante ele. A Escócia apresentou uma boa evolução no último Seis Nações, fazendo ótimas partidas contra Inglaterra e França, apresentando um rugby mais modernos, com mais jogadas de linha do que a tradição escocesa está acostumada, e menos dependente da força de seus forwards. Durante a Copa do Mundo, os escoceses perderam a capacidade de anotar tries, e voltaram e enorme dependência de seu consagrado jogo de chutes, baseado na confiabilidade de seus exímios chutadores. Muito pouco para uma seleção que deseja voltar a ser uma protagonista no cenário internacional.

A missão do técnico Andy Robinson em 2012 é dar o passo decisivo adiante. Modernizar o estilo de jogo escocês por completo, reduzindo a dependência de seus forwards e de seus chutadores. Recentemente, a Escócia vem apresentando bons jogadores de linha, mas que ainda não tiveram seu potencial utilizado ao máximo, pelo estilo de jogo do XV do Cardo. O bom rugby apresentado pelo Edinburgh na Heineken Cup é animadora nesse sentido.

As ausências principais são Nathan Hines e Chris Paterson, aposentados da seleção. Com a contusão de Kelly Brown, que poderá ficar de fora de boa parte do Seis Nações, o talonador (hooker) Ross Ford ganhou a braçadeira de capitão.

A Escócia precisa começar bem o Seis Nações para ter confiança suficiente para traduzir em campo as expectativas criadas sobre a equipe. O primeiro confronto será em casa, contra a arquirrival Inglaterra, que passa por um imprevisível momento de transição. A conquista da Calcutta Cup poderá ser a injeção necessária que o rugby escocês necessita para levantar de vez.

Por outro lado, a sombra da colher-de-pau segue viva e forte. O mais provável é, novamente, Escócia e Itália brigarem contra a última posição, e os italianos têm uma grande vantagem: receberão os escoceses. Ambos farão somente 2 partidas em casa.

 

Itália

Muita expectativa se formou ao redor da seleção italiano. No ano passado, apesar de ter terminado o Seis Nações na última posição, os Azzurri fizeram história ao derrotarem em Roma a França, derubando mais um tabu. Agora, de todas as seleções do Seis Nações, apenas a Inglaterra jamais foi derrotada pela Itália. Os italianos vem adquirindo pouco a pouco uma posição de maior destaque no rugby internacional, e as partidas contra os Azzurri já não são tidas mais pelos demais times como vitórias certas. Na Copa do Mundo, esperava-se muitos dos italianos, donos de um dos mais poderosos scrums do mundo. Após realizarem um ótimo primeiro tempo tanto contra os Wallabies como contra a Irlanda, a Itália foi eliminada da Copa do Mundo, desapontando mais uma vez.

Em 2012, a Itália tem técnico novo: o francês Jacques Brunel, que iniciou seus trabalhos com muita ambição, declarando que a Itália está pronta até mesmo para brigar pelo título. Brunel sabe que talvez o trabalho mais importante a ser feito com a Itália é psicológico: os jogadores italianos precisam ter confiança de que podem passar pelos seus adversários mais badalados. O scrum azul é capaz de atropelar qualquer outro scrum do mundo, mas a sua linha é ainda fraca. Apesar de Brunel ter colocado o trabalho psicológico como central, a Itália soferá muito para obter vitórias enquanto não tiver uma linha à altura de seu scrum. A ausência crônica de bons aberturas e médios-de-formação (scrum-halfs), preocupa, assim como o fato da Itália não ter um chutador nato. Parte da falta de habilidade dos Azzurrise deve à fragilidade das categorias de base, uma vez que ainda boa parte da seleção italiana é composta por jogadores naturalizados, em especial argentinos, como os mundialmente aclamados Sergio Parisse e Martin Castrogiovanni.

Em 2012, apesar da expectativas criadas por Brunel, a Itália deverá se restringir, mais uma vez, a lutar contra a colher-de-pau. Na briga direta com a Escócia, a vantagem italiana será o confronto direto em casa. E são justamente os jogos em casa que poderão fazer a diferença a favor da Itália. Neste ano, a casa da Seleção Italiana será o monumental Stadio Olimpico de Roma, com capacidade para 80 mil torcedores. Casa dos clubes de futebol da Roma e da Lazio, o Olimpico será a casa do rugby por conta da reforma pela qual o Stadio Flaminio está passando. O ano poderá render a Itália um fruto ainda mais precioso: o aumento da popularidade do rugby no país.

 

Calendário

1ª rodada

Dia 4/2: França x Itália, em Paris

Dia 4/2: Escócia x Inglaterra, em Edimburgo

Dia 5/2: Irlanda x País de Gales, em Dublin

 

2ª rodada

Dia 11/2: Itália x Inglaterra, em Roma

Dia 11/2: França x Irlanda, em Paris

Dia 12/2: País de Gales x Irlanda, em Cardiff

 

3ª rodada

Dia 25/2: Irlanda x Itália, em Dublin

Dia 25/2: Inglaterra x País de Gales, em Londres

Dia 26/2: Escócia x França, em Edimburgo

 

4ª rodada

Dia 10/3: País de Gales x Itália, em Cardiff

Dia 10/3: Irlanda x Escócia, em Dublin

Dia 11/3: França x Inglaterra, em Paris

 

5ª rodada

Dia 17/3: Itáia x Escócia, em Roma

Dia 17/3: País de Gales x França, em Cardiff

Dia 17/3: Inglaterra x Irlanda, em Londres

 

Estádios

Stadio Olimpico, em Roma, Itália

Capacidade: 82,300 espectadores

 

Twickenham, em Londres, Inglaterra

Capacidade: 82,000 espectadores

 

Stade de France, em Saint-Denis, Paris, França

Capacidade: 80,000 espectadores

 

Millenium Stadium, em Cardiff, País de Gales

Capacidade: 72,000 espectadores

 

Murrayfield, em Edimburgo, Escócia

Capacidade: 67,000 espectadores

 

Aviva Stadium, em Dublin, Irlanda

Capacidade: 50,000 espectadores

 

 

Seis Nações Feminino (Women's Six Nations)

1ª rodada

Dia 3/2: Irlanda x País de Gales, em Ashbourne

Dia 5/2: França x Itália, em Riom

Dia 5/2: Escócia x Inglaterra, em Lasswade

 

2ª rodada

Dia 11/2: França x Irlanda, em Pau

Dia 12/2: Itália x Inglaterra, em Milão

Dia 12/2: País de Gales x Irlanda, em Cross Keys

 

3ª rodada

Dia 24/2: Irlanda x Itália, em Ashbourne

Dia 25/2: Inglaterra x País de Gales, em Londres

Dia 25/2: Escócia x França, em Stirling

 

4ª rodada

Dia 9/3: Irlanda x Escócia, em Ashbourne

Dia 10/3: País de Gales x Itália, em Cardiff

Dia 11/3: França x Inglaterra, em Paris

 

5ª rodada

Dia 17/3: Inglaterra x Irlanda, em Hersham

Dia 18/3: Itáia x Escócia, em Rovato

Dia 18/3: País de Gales x França, em Cross Keys

 

O favoritismo absoluto é da Inglaterra, atual vice-campeã mundial, campeã mundial em 1994, e campeã das últimas seis edições do Seis Nações Feminino. A única seleção europeia hoje capaz de destronar as inglesas é a França, quarta colocada na última Copa do Mundo, e última seleção a tirar o título do Seis Nações das inglesas, em 2005. A superioridade das inglesas é tão grande que a última partida de Seis Nações que elas perderam foi em 2009, sendo derrotadas por Gales. No entanto, a França derrubou a invencibilidade recente da Inglaterra em duelos contra seleções europeias, vencendo o último jogo entre as duas seleções, por 16 x 15, em amistoso no ano passado. Entretanto, após a derrota para as francesas, a Inglaterra deu a volta por cima e fechou com chave-de-ouro o ano derrotando duas vezes ninguém menos que as Black Ferns (Nova Zelândia), atuais tetracampeãs mundiais, em série de amistosos em solo inglês fechada com um empate.

O Seis Nações Feminino de 2012 terá um valor a mais para País de Gales, Irlanda, Escócia e Itália. A competição valerá como parte das eliminatórias para a Copa do Mundo Feminina de 2014. As duas melhores seleções entre essas quatro na soma das edições de 2012 e 2013 do Seis Nações garantirá vaga direta no Mundial de XV. As duas piores seleções disputarão um Torneio Qualificatório do IRB contra a campeã da Copa Europeia (que reúne as demais seleções do continente) e a campeã da Oceania. Inglaterra e França, assim como Nova Zelândia, Austrália, Canadá e Estados Unidos já têm vaga direta na Copa do Mundo, por terem terminado a edição de 2010 nas seis primeiras posições.

Irlanda e Gales têm certo favoritismo contra Escócia e Itália para as duas vagas diretas no Mundial. Porém, por conta do amadorismo dessas seleções, vitórias de escocesas e italianas são perfeitamente possíveis. No ano passado, as italianas venceram duas partidas do Seis Nações. Já as escocesas terminaram a Copa do Mundo de 2010 na boa 7ª posição, atrás da Irlanda, mas na frente de Gales.

 

Lista de campeãs do Seis Nações Feminino (desde 1996, contando Home Nations, até 1998 e Cinco Nações, até 2001)

1º - Inglaterra - 12 títulos (11 Grand Slams e 14 Tríplices Coroas)

2º - França - 3 títulos (3 Grand Slams)

3º - Escócia - 1 título (1 Tríplice Coroa)

4º - País de Gales - 0 títulos (1 Tríplice Coroa)

Irlanda - 0 títulos

Itália - 0 títulos

 

Fonte: Blog do Rugby