Níveis de Jogo Por Flavio Mazzeu
Os níveis de jogo, são fases complexas que envolvem a compreenssão global do participante em todos os aspectos (cognitivo, socioafetivo, psicomotor) que eles são indiferentes da idade biológica e ou cronológica do aluno podendo ter um jovem de 13 anos no nível II e um adulto no I. Alcançar outro grau irá demorar de uma forma diferente para cada indivíduo devendo se respeitar a verticalidade de cada um.
Nível I. Problemas afetivos: primeiro momento com o jogo, para a maioria das pessoas gera um temor dos tipos de contato (bola, solo, jogadores).
Pode-se observar individualmente neste nível os seguintes itens; a bola como centro do jogo, os participantes correm sem sentido, livra-se da bola, sem dinamismo.
Ao observar coletivamente, tem-se; o grupo amontoado em cima da bola, sem comunicação, atitudes dos alunos são egoístas, falta de capacidade de ‘’leitura’’ de jogo, circulação da bola nem sempre é voluntária.
Os objetivos neste nível são; vencer os medos, entender o princípio da continuidade (avançar e apoio) do jogo, aprimorar a habilidade técnica de dominar a bola –handling- e relação jogador–bola, taticamente superar o 1x1 dominando o contato e ensinar a avançar pelos espaços.
Dicas: trabalhar com os jogos de luta (cabo de guerra, pega-pega bulldog, oposição de forças), espaços curtos para 1x1, jogos pré-desportivos (war rugby, pique- bandeira, pega-pega etc.), adaptados (tag, touch), tais jogos têm que permitir muita marcação de pontos em ambientes seguros.
Nível II. A Percepção: Caracteriza-se pelos medos superados e observação do companheiro, variante a idade não deveria demorar muito para a passagem de fases, mas lembrar que pode- se passar em alguns pontos (vencer o medo da bola, mas não o contado com o adversário) e outros não, devendo ser bem trabalhado para ultrapassar todos os itens.
Observa-se individualmente; ações orientadas para marcação de pontos, sem bloqueios da bola, jogadores capazes de encarar todos os tipos de contato (bola, solo, jogadores) e avanço ao espaço correndo corretamente.
Coletivamente; Ocupação mediana do espaço, formação de blocos de jogadores que trocam passes entre si, sem o bloqueio da bola, pouca eficiência ofensiva, descobre e trabalha o coletivo (apoio e avanço).
Objetivos; Os participantes devem perceber os companheiros melhores posicionados e os espaços, conscientizar os alvos – in goal e H -, utilizar melhor as tomadas de decisões inteligentes, conservar a bola sobre domínio da equipe. Taticamente,o objetivo é trabalhar com o apoio, idéias coletivas e o jogo 2 x 1 e 2 x 1 + 1 no início desta fase. Em termos técnicos, liberar a bola em passes curtos e o uso do tackle.
Dicas: Jogos reduzidos, que utilizem maior contato, sempre de maneira segura, que trabalhe a conservação da bola (continuidade), aprimorar os do nível anterior em dificuldade e informações.
Nível III. A organização de equipe; Os princípios do jogo são facilmente encontrados nesta equipe, com as formações fixas bem trabalhadas.
Individualmente: O jogador presta atenção na bola, analisando os espaços e distribuição dos jogadores em campo. Desenvolve a relação EU-BOLA-COMPANHEIRO- COADVERSÁRIO, sendo que a interação de todos esses fatores auxiliando na ação motora do jogador. Sua tática individual é auxiliada pelo grupo, sempre fazendo ações que integre o todo. Resolve os problemas concretos que ocorrem da partida por meio de tomadas de decisões abstratas (cria teses e pensamentos do que pode e vai acontecer, caso ele faça isso ou aquilo), utiliza antecipação de forma correta.
Coletivamente: O comportamento ofensivo se ajusta com a forma de defesa da equipe adversária. As formações ainda têm dificuldades de se ajustarem, mas as alternâncias são mais evidentes, os jogadores possuem uma comunicação verbal - gestual aprimorada.
Os objetivos do III nível são: compreender as regras do jogo formal, trabalhar com grande variedade de jogos complexos, ensinar a utilizar táticas adequadas dentro da movimentação do jogo, dominar as formações do jogo e apoio aos colegas, polivalências de jogadas que ocorre ao longo da partida e treinos, o jogador deve saber passar a bola em grande distância com qualidade para o mesmo, especialização das posições adequada a faixa etária dos jogadores.
Este nível seria o máximo que o juvenil poderia alcançar.
Dicas: Jogos e drills que use as formações fixas e móveis junto com tomadas de decisões coletivas, jogos conceituais em que o foco é desenvolver o Modelo de Jogo do treinador em nível individual e coletivo.
Nível IV. Alta competência; A organização da equipe é evidente em todas as situações que o jogo pode proporcionar, tem um Modelo de Jogo bem claro e definido. Codifica todos os momentos da partida, estruturando-se adequadamente naquilo que foi treinado, e uma boa equipe surpreende em situações imprevisíveis do jogo. Atletas com alto conhecimento das fases do jogo e grande técnica individual e coletiva.
Objetivos Especialização de cada jogador, em determinadas formações do Modelo de Jogo, sistema defensivo determinado para cada momento da partida, organização das fases fixas e busca ofensivamente sempre um número maior de atacantes que de defensores.
Fonte: Blog do Rugby