Copa do Mundo 2011 - Austrália x Nova Zelândia
Wallabies e All Blacks decidirão não apenas quem será o representante da Oceania na final da Copa do Mundo de Rugby, como também quem será o favorito à conquista da Webb Ellis. Apesar da qualidade demonstrada pelos galeses e da imprevisibilidade dos franceses, é certo que Nova Zelândia e Austrália seriam tidos como os favoritos à taça. De um lado, os donos da casa, do outro, o time que levou mais torcedores à Copa do Mundo. Os dois primeiros colocados do ranking mundial do IRB, cuja rivalidade está cada vez mais acirrada. O rugby australiano foi a grande sensação mundial até agosto. Os aussiesfaturaram o Super Rugby com o Queensland Reds, de Will Genia, Quade Cooper, Radike Samo e Digby Ioane, que impressionou a todos jogando um rugby plástico e ousado, batendo na final os Crusaders, da Nova Zelândia, que contavam em seu elenco com nada menos que Dan Carter, Richie McCaw e Sonny Bill Williams. Na sequência, os Wallabies se sagraram campeões do Tri Nations, jogando um rugby igualmente ousado e dinãmico. Na partida final, os australianos mostraram todo o seu potencial e, apesar da juventude de seu elenco, derrotaram os All Blacks, em Brisbane, por 25 x 20. Entretanto, os Wallabies perderam quando foram a Auckland em 2011 para enfrentar os All Blacks: 30 x 14. O título foi garantido pelos Wallabies por conta de suas duas vitórias sobre os Springboks, ao passo que os All Blacks foram derrotados quando foram à África do Sul.
O equilíbrio da partida é inegável. A Copa do Mundo de 2011 vem se mostrando o Mundial dos chutes e dos rucks. Até agora, o Mundial neozelandês é o de menor média de pontos por jogo: 31,5. Foram 3 penais e drop goals anotados para cada try. O que significa que as partidas estão sendo decidida pela capacidade das equipes em não conceder penais e em aproveitar aqueles que conseguem. No quesito de aproveitamento dos chutes, os All Blacks levam vantagem, apesar da ausência de Carter. Piri Weepu se mostrou certeiro nos arremates, ao contrário de Cooper e O'Connor, que se mostraram inconstantes nos chutes a gol. Na luta pela posse da bola e pela indução dos penais, All Blacks x Wallabies produzirão um colossal duelo, que promete ser decisivo: Richie McCaw x David Pocock.
O favoritismo, ainda que leve, é dos All Blacks. Apesar dos Wallabies terem conquistado o Três Nações, em solo neozelandês eles foram derrotados com contundência e, ao longo do Mundial, decepcionaram. A Nova Zelândia se mostrou muito mais sólida que a Austrália ao longo desta Copa do Mundo, e tem, por isso, leve vantagem.
Austrália
Os Wallabies chegaram à Copa do Mundo com moral. A Austrália era tida como a seleção que poderia tirar dos All Blacks o título em casa, creditada pelo título do Tri Nations. Mas, começou a Copa do Mundo, e a realidade se mostrou outra. Os Wallabies foram derrotados pela Irlanda na primeira fase, numa partida que o scrum irlandês se impôs sobre o australiano, expondo uma grande deficiência na equipe dourada. A primeira e a segunda linha australiana apresentaram sérios problemas ao longo da competição, inclusive na partida diante da África do Sul, nas quartas-de-final, perdendo nas formações fixas e sofrendo nos rucks. Entretanto, contra os Boks, a defesa australiana funcionou muito bem, com destaque para a sua impecável terceira linha. O resultado foi uma suada vitória. Novamente, a aclamada linha dos Wallabies não teve os espaços necessários para criar, e ainda está devendo no Mundial, com relação às expectativas criadas antes do pontapé inicial do certame. O desafio Wallaby é conseguir, enfim, demonstrar o potencial criativo e de definição que o time mostrou no caminho para o torneio.
Como qualquer clássico entre dois grandes rivais, o jogo de pressão psicológica começou cedo entre australianos e neozelandeses. Quade Cooper e Rocky Elsom declararam que a pressão para chegar à final recai muito mais sobre os All Blacks, buscando jogar com a pressão que o público neozelandês exerce sobre seu time, não aceitando menos do que o título mundial. Uma eliminação em casa justamente diante dos arquirrivais da Oceania poderia ganhar dimensões apocalípticas.
O técnico neozelandês da Austrália, Robbie Deans, manteve a equipe que triunfou sobre os Springboks. Kurtley Beale, que era dúvida para a partida, foi confirmado entre os titulares. A questão agora é saber como se portarão a primeira e a segunda linha dos Wallabies, e se, enfim, Will Genia e Quade Cooper terão espaço e inspiração para fazer jogar a aclamada linha aussie.
Nova Zelândia
Os All Blacks disputarão seu maior desafio até aqui no Mundial de 2011. A pressão pela conquista da Webb Ellis ainda não jogou contra os neozelandeses, que conseguiram bater os franceses, tradicionais algozes, e os argentinos, nos dois únicos jogos que a Nova Zelândia encontrou dificuldades. Entretanto, nas duas partidas, assim como na estreia contra Tonga, os All Blacks tiveram momentos preocupantes, mostrando certa instabilidade por conta da pressão exercida pela obrigação do título. Nada que tenha prejudicado o resultado final, com os neozelandeses sabendo muito bem superar os momentos de baixa e encontrar o caminhos das vitórias elásticas.
Contra os Pumas, o ponto fraco apresentado pelos Homens de Preto foi a criação de jogadas. Sem um abertura de confiança, o médio-de-formação Piri Weepu teve de se desdobrar para conduzir a armação das jogadas, o que resultou na vitória neozelandesa, porém com muito sofrimento. Diante de uma equipe mais forte, como a Austrália, a fragilidade na abertura poderá comprometer. Por outro lado, na primeira e na segunda linha, e nas formações, a Nova Zelândia deverá ter superioridade sobre a Austrália, não tendo em momento algum do Mundial demonstrado fragilidade nas jogadas paradas. Os 3/4s neozelandeses também estão voando baixo, com Ma'a Nonu se provando uma peça-chave no esquema do técnico Graham Henry. Sonny Bill Williams, o popstar do momento, já avisou: seu melhor rugby ainda está por vir. Mas Graham Henry deixou o popstar do momento no banco, mais uma vez. O chefão dos Homens de Preto considera que SBW joga melhor quando vem do banco.
Para encarar os Wallabies, Henry manteve o scrum que derrotou os Pumas, afastando as dúvidas sobre a condição física de McCaw. A linha que sofreu alterações: os contundidos Slade e Muliaina deram lugar a Cruden e Dagg, enquanto Sonny Bill Williams foi trocado por Richard Kahui.
Caminho no Mundial
Austrália
Austrália 67 x 5 Estados Unidos
Africa do Sul 9 x 11 Austrália
Nova Zelândia
Nova Zelândia 33 x 10 Argentina
Histórico do confronto:
142 partidas, 96 vitórias da Nova Zelândia, 41 vitórias da Austrália e 5 empates
Último confronto: Austrália 25 x 20 Nova Zelândia, em agosto de 2011
Domingo, dia 16 de outubro, 6h00 (horário de Brasília), em Auckland
Austrália: 15. Kurtley Beale 14. James O'Connor 13. Adam Ashley-Cooper 12. Pat McCabe 11. Digby Ioane 10. Quade Cooper 9. Will Genia 8. Radike Samo 7. David Pocock 6. Rocky Elsom 5. James Horwill (c) 4. Dan Vickerman 3. Ben Alexander 2. Stephen Moore 1. Sekope Kepu
Suplentes: 16. Tatafu Polota-Nau 17. James Slipper 18. Rob Simmons 19. Ben McCalman 20. Luke Burgess 21. Berrick Barnes 22. Anthony Fainga'a
Nova Zelândia: 15 Israel Dagg , 14 Cory Jane, 13 Conrad Smith, 12 Ma'a Nonu, 11 Richard Kahui, 10 Aaron Cruden, 9 Piri Weepu , 8 Kieran Read, 7 Richie McCaw(c), 6 Jerome Kaino, 5 Brad Thorn, 4 Samuel Whitelock, 3 Owen Franks, 2 Keven Mealamu, 1 Tony Woodcock.
Suplentes: 16 Andrew Hore, 17 Ben Franks, 18 Ali Williams, 19 Victor Vito, 20 Andy Ellis, 21 Stephen Donald, 22 Sonny Bill Williams.
Árbitro: Craig Joubert (África do Sul)
Fonte: Blog do Rugby